O que é psoríase?
A psoríase é uma doença da pele relativamente freqüente, que afeta de 1 a 3% da
população geral e atinge indistintamente homens e mulheres, sendo mais
freqüente na raça branca. Caracteriza-se pelo aparecimento na pele de lesões róseas
ou avermelhadas, recobertas de escamas secas e esbranquiçadas. Muitas vezes,
estas lesões estão localizadas apenas nos cotovelos, joelhos ou couro cabeludo.
Em outros casos, as lesões podem se espalhar por toda a pele. As unhas podem
ser afetadas e, muito raramente, as articulações, causando a artrite
psoriásica. A psoríase pode se manifestar logo após o nascimento ou tardiamente
no idoso, mas o mais comum é o início entre a 2ª e a 4ª décadas da vida.
Como é feito o
diagnóstico?
Pelo simples exame
clínico, observando a pele, as unhas e o couro cabeludo do paciente, o
dermatologista consegue concluir o diagnóstico, Exames de laboratório
geralmente são de pouca utilidade, pois a psoríase é uma doença que não causa
manifestações em órgãos internos. Além do "olho clínico", o único
recurso que pode confirmar o diagnóstico de psoríase é a biópsia de pele: é um
exame simples, feito em ambulatório ou consultório, sob anestesia local, que ajuda
a esclarecer se a lesão é de psoríase ou não. No entanto, se o dermatologista é
experiente, a biópsia é desnecessária.
O que causa?
As causa exatas da psoríase ainda não estão totalmente esclarecidas. No
entanto, todas as pesquisas científicas demonstram que a hereditariedade
desempenha um importante papel e, em 30% dos casos, existem antecedentes
familiares de psoríase. Além da predisposição genética existem fatores que
podem desencadear ou agravar a doença como: estresse emocional, traumas ou
irritações na pele, infecções de garganta, baixa umidade do ar e uso de alguns
medicamentos. Portanto, é muito importante que o dermatologista que lhe
acompanha seja informado de todos os fatores que ocorrem no seu dia a dia, bem
como do nome de todos os medicamentos que você está utilizando.
É contagiosa?
Não, de modo algum.
Não se pega psoríase de ninguém e não há nenhum motivo para os pacientes
evitarem o contato físico com outras pessoas.
Será que meus
filhos também terão psoríase?
Embora saibamos que exista uma tendência familiar para a psoríase, é impossível
avaliar qual o risco de seus filhos terem ou não a doença. Certamente, eles têm
mais chance de NÃO ter do que de ter a psoríase. Entretanto, o risco para eles
é maior do que as crianças cujos pais não têm psoríase.
A mulher que tem psoríase pode engravidar?
Sim. A mulher psoriásica
terá uma gravidez normal e, em alguns casos, as lesões de psoríase podem até
melhorar durante os nove meses da gestação. No entanto, existem medicamentos
utilizados para as formas graves de psoríase que, embora sejam muito eficazes,
devem ser evitados na gravidez, como o metotrexato e a acitretina.
É preciso fazer
alguma dieta?
Não. Não existem provas de que a dieta possa causar ou agravar a psoríase. No
entanto, é importante evitar bebidas alcoólicas.
Existe cura para a
psoríase?
As lesões da psoríase podem desaparecer completamente, mas não se pode falar de
cura definitiva, pois sempre existirá uma tendência a recaídas. O objetivo
principal do tratamento é chegar a um ponto em que as lesões sejam aceitáveis
para cada doente, melhorando a sua qualidade de vida. No entanto, os
tratamentos mais modernos têm se tornado cada vez mais eficientes e as
pesquisas científicas no campo da psoríase continuam apontando para melhores
terapêuticas no futuro.
Pode-se prevenir?
Não porque as causas da doença ainda não estão totalmente esclarecidas e, na
maioria dos casos, já se nasce com uma programação genética para ter ou não ter
psoríase.
Pode-se prevenir as
recaídas ou o agravemento das lesões?
Sim. Em primeiro lugar, tendo uma postura otimista, positiva, entendendo que a
psoríase é uma doença relativamente benigna e não contagiosa. Em segundo lugar,
evitando o estresse; tratando rapidamente as infecções que surgirem, sobretudo
as de garganta; evitando queimaduras, cortes e traumas na pele; mantendo-se
afastado de medicamentos que sabidamente agravam a psoríase (informe-se com seu
médico); JAMAIS utilizando corticosteróides por via oral ou injetável;
hidratando diariamente a sua pele.
Qual o melhor
tratamento?
Existem várias formas de tratamento, desde simples pomadas até medicamentos
injetáveis ou banhos de luz (fototerapia). Antes de iniciar o tratamento, os
pacientes devem ser examinados pelo dermatologista que avaliará as
circunstâncias de cada caso e escolherá qual o esquema mais adequado para cada
situação. É importante lembrar que 75 a 80% dos pacientes têm formas leves e
moderadas de psoríase, que podem ser controladas apenas com tratamentos locais
(pomadas, loções, xampus, géis e sprays à base de corticosteróides, coaltar,
antralina, calcipotriol, tazaroteno e piritionato de zinco), desde que
indicados e usados com supervisão médica. Nas formas mais avançadas, além da
fototerapia (em sessões 2 ou 3 vezes por semana), podem ser utilizados
medicamentos de uso interno como acitretina, ciclosporina e meotrexato, todos
exigindo supervisão médica e exames de laboratório seriados para o controle de
possíveis efeitos colaterais. Em todas as situações, é muito importante o uso
diário de hidratantes e substâncias que ajudem a manter a pele com menos
escamas (óleo mineral, vaselina salicilada etc.).
Fonte:
Hospital Universitário de Brasília
Serviço de Dermatologia
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